دانلود کتاب Rastros Biográficos: Estudos De Trajetórias
by Maria Elisa Lemos Nunes Da Silva & Paulo Santos Silva (Orgs.)
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عنوان فارسی: رد پای بیوگرافی: مطالعات سیر |
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جزییات کتاب
Mas o historiador, atento às regras do seu ofício, poderá se envolver com essa demanda legítima, que, de certa forma, acompanhou a constituição da História enquanto disciplina, modificando-se à luz das reflexões teóricas e metodológicas empreendidas. É significativo o crescimento de trabalhos biográficos realizados por historiadores e profissionais das mais diversas áreas do conhecimento: psicanálise, psicologia, jornalismo e pedagogia.
A ideia de biografia remete à noção de tempo, matéria primordial da escrita da história. Nessa perspectiva, quando se trata de percursos individuais, impõe-se a questão da duração. O historiador se vê às voltas com uma temporalidade que abriga a existência de uma vida do nascimento à morte, embora, muitas vezes, o olhar do pesquisador seja direcionado aos aspectos específicos das trajetórias, como produção intelectual, participação política e atuação profissional.
De todo modo, essas abordagens, a princípio, distantes das “longas durações” da história podem revelar tessituras temporais mais amplas, sobretudo porque operam como reveladoras de suas “dobras” e anunciadoras de seus desdobramentos.
Na historiografia produzida ao longo do século XX, os indivíduos não deixaram de ser reconhecidos no desempenho de seus papéis, sem que isto tenha significado deixar em segundo plano os grupos sociais, objeto primordial dos Annales e de seus seguidores. Eles estiveram presentes não somente na historiografia francesa. Nota-se seu destaque na História Social Inglesa, na produção americana e na chamada micro-história italiana, para ficarmos nos polos historiográficos mais recorrentes.
Portanto, o objetivo de discorrer sobre trajetórias individuais não pretende promover mais um “retorno” do que nunca esteve ausente dos horizontes do historiador, a exemplo “da narrativa” ou “do fato”. Se, por um lado, as abordagens de matriz liberal mantiveram a aposta no papel dos sujeitos singulares no curso dos acontecimentos, depreciando os ou enaltecendo-os, conforme as circunstâncias, por outro, as interpelações oriundas da História Social em momento algum abandonaram as individualidades, ainda que priorizassem os comportamentos coletivos.