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Na São Paulo do século XVII, casar-se significava bem mais do que trocar juras e alianças. Firmava-se, naquele ato, um acordo econômico em que a família da noiva concedia um dote para o sustento do novo casal. Dinheiro, terras, gado, escravos - praticamente tudo entrava nessa conta, em quantidades que quase sempre superavam o valor da herança a ser recebida pelos filhos homens. Quase trezentos anos depois, a instituição do dote havia simplesmente desaparecido. Neste ensaio inovador, a historiadora americana Muriel Nazzari, professora emérita da Indiana University, investiga as causas e conseqüências desse desaparecimento em São Paulo. Nazzari revela a importância do dote no período colonial, analisa sua gradual decadência entre os séculos XVII e XIX e mostra como essa mudança de costumes acompanhou transformações mais profundas na sociedade brasileira, como a passagem da ordem aristocrática à ordem burguesa, da "família extensa" à "família conjugal", do pacto matrimonial como empreendimento ao casamento como escolha amorosa.