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Resumo: A língua bororo tem cerca de 700 falantes, distribuídos em cinco aldeias na região de Rondonópolis, MT. O bororo é a última língua viva da família Bororo (as outras, de acordo com Kaufman (1994) eram o umutina, cujo último falante morreu recentemente, o otuké, e um suposto dialeto chamado bororo ocidental). Essa dissertação começa com uma breve introdução (seção 1) e um sumário das atividades realizadas em campo (seção 2). Em seguida, debruça-se sobre seus dois principais assuntos: na primeira parte (seção 3), é uma gramática descritiva da língua bororo e, na segunda (seção 4), propõe um modelo teórico com base nos dados da língua. Por último, inclui três apêndices: um léxico bororo-português (Apêndice 1), as sentenças elicitadas em trabalho de campo (Apêndice 2) e as narrativas coletadas em campo e analisadas (Apêndice 3). A gramática da seção 3 emprega sobretudo os termos provenientes da tradição gramatical que vem dos gregos. A simbologia da gramática de linha gerativa foi usada somente em alguns pontos que ela permitia apresentar de forma mais elegante e precisa. O modelo apresentado na segunda parte dessa dissertação se baseia na teoria delineada em Chomsky (2000, 2001). Dadas as evidências de que essa teoria não é capaz de explicar os fenômenos de caso, concordância e movimento da língua bororo, são propostas revisões que, em essência, resgatam à sintaxe o movimento dos núcleos verbais (o qual fora relegado ao componente fonológico em Chomsky 2001), ligando-o explicativamente aos fenômenos de caso e concordância e movimento de argumentos. Além de dar conta dos dados de uma língua ergativa ativa como bororo, esse modelo é estendido para outros sistemas de caso e concordância (ergativos e acusativos) e explica a Generalização de Holmberg