جزییات کتاب
Criminologia na hora da comunicação“Vivemos um momento de poder planetário que é a globalização, que sucede ao colonialismo e ao neocolonialismo. Cada momento, nes¬se contínuo do curso do poder planetário, foi marcado por uma revolu¬ção: a mercantil do século XIV, a industrial do século XVIII e, agora, a tecnológica do século XX, que se projeta para o século atual. Esta última revolução, a tecnológica, é fundamentalmente comunicacional. Se não compreendermos isso e nos deixarmos ficar em nossos guetos acadêmi¬cos, o serviço que prestarmos será muito pobre.”Assim Eugenio Raúl Zaffaroni assinala a finalidade deste livro, na abertura: levar amplamente para o público do Direito, e até para o público em geral, a comunicação das ideias básicas da criminologia mais avançada, mais moderna, mais democrática.Com tal propósito, ele publicou no jornal Página 12, da Argentina, uma série de 25 artigos semanais, cuja tradução toma aqui a forma de livro. Com profundidade de visão e leveza de estilo, e apoiado em belas e instigantes ilustrações de um dos mais talentosos cartunistas do país vizinho, Miguel Repiso – que se assina Rep –, ele expõe sob diversos ângulos a questão criminal, que é hoje problema de primeira urgência em quase todos os países.Ele apresenta e debate com grande riqueza de argumentos, humor e sabedoria questões como a da segurança pública, das políticas repressivas voltadas contra os pobres, do poder punitivo, do papel dos meios de comunicação. E explica:“Há um mundo que as pessoas comuns não conhecem que se desenvolve nas universidades, nos institutos de pesquisa, nas associa¬ções internacionais regionais e mundiais, nos foros e nas pós-gradua¬ções, com uma literatura imensa, que alcança proporções siderais, de dimensão tamanha que ninguém pode dominar individualmente. É o mundo dos criminólogos e dos penalistas. As corporações [midiáticas] os ignoram e quando lhes cedem algum espaço, os técnicos se expressam em seu próprio dialeto, incompreensível para o resto dos humanos.“O desafio consiste em abrir esses conhecimentos, não para pon¬tificarmos a partir da ciência com a solução, nem para sermos os ilumi¬nados que, corrigindo o velho Platão, pretendemos nos colocar como um criminólogo-rei, mas sim para mostrarmos o que se pensa e o que se sabe até agora. E também para fazer a autocrítica do que dizemos, porque, certamente, tampouco temos uma história e uma genealogia feitas somente de prestígio, dado que, muitas vezes, nossos colegas le-gitimaram o ilegitimável até limites inacreditáveis.”Eugenio Raúl Zaffaroni é doutor em Direito, professor da Universidade de Buenos Aires, ministro da Suprema Corte da Argentina, escritor mundialmente consagrado de literatura criminológica.